Agronegócios
Brasil quer ser autossuficiente em cacau até 2025
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Brasil, que já foi o maior produtor e exportador de cacau, hoje é o sétimo produtor e grande importador. A amêndoa que origina o chocolate teve queda significativa por uma combinação de fatores: redução dos preços no mercado internacional, pragas, condições climáticas, políticas econômicas governamentais e falta de crédito. Somente a vassoura de bruxa fez a produção cair em cerca de 85%.
Agora a ameaça é a monilíase do cacaueiro (Moniliophthora roreri). Após um foco detectado no Acre, o estado mais Rondônia e Amazonas estão em quarentena para evitar a propagação. A doença fúngica pode destruir 100% da produção e é devastadora para as plantas.
Na safra 2020/21 foram processadas 213,5 mil toneladas no período, recuo de 15,4% na produção de amêndoas. A meta brasileira é atingir a autossuficiência no cacau até 2025. Atualmente existe um déficit para atender a demanda interna na ordem de 70 mil toneladas.
Um grupo de representantes do Ministério da Agricultura visitou a produção de cacau no Pará, na região da Transamazônica, que concentra a maior quantidade de área plantada de cacau no estado e também a de maior produtividade, e ao município de Tomé-Açu.
A equipe esteve na Estação de Recursos Genéticos José Haroldo (ERJOH) e na Estação Experimental Paulo Morelli (ESPAM), visitou cooperativas e produtores de cacau da região, fábricas de produção de nibs e de chocolate.
A Estação de Recursos Genéticos José Haroldo, localizada em Marituba, no Pará, abriga o maior banco de germoplasma de cacau do mundo, onde mais de 53 mil espécies coletadas ao longo de vários anos são preservadas vivas.
“Fiquei impactado com o potencial da cadeia do cacau no estado, justamente por temos o maior banco de germoplasma do mundo, com mais de 2 mil acessos, o que significa mais de 2 mil plantas de cacau que guardam a riqueza genética da espécie”, destaca o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Fernando Camargo.
Além de conhecer de perto a região Transamazônica, que é a maior produtora de cacau do Pará, responsável por mais de 80% da produção do estado, o grupo dialogou com diversos atores da cadeia produtiva para entender os principais desafios.
“Conseguimos fazer reuniões com o estado, com o presidente da federação, conversamos com produtores, visitamos cooperativas e fábricas. Conseguimos entender as necessidades e vamos cooperar para a manutenção e crescimento da produção de cacau no país e buscar fortalecer cada vez mais a pesquisa da Ceplac especialmente quanto ao melhor uso do banco de germoplasma”, disse o diretor da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Waldeck Araújo.
A Transamazônica é formada pelos municípios de Novo Repartimento, Pacajá, Anapu, Vitória do Xingu, Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Rurópolis e Itaituba, que, juntos, possuem mais de 155.900 hectares de cacaueiros, cerca de 18 mil cacauicultores e produziram mais de 100 mil toneladas de cacau em 2020. Já a região Nordeste do Pará, composta pelos municípios de Santa Isabel do Pará, Santa Bárbara do Pará, Castanhal, Acará e Tomé-Açu, conta com 10.325 hectares de cacaueiros. No ano de 2020, a região, que possui 2.550 cacauicultores, produziu cerca de 4 mil toneladas de amêndoas.
Agrolink.com.br